Visita de campo (foto: Adriano Oliveira) |
O grupo temático de Agrobiodiversidade, da Articulação
Semiárido do Rio Grande do Norte (ASA Potiguar), coordenado pelo agrônomo José
Procópio de Lucena, participou de Encontro de Intercâmbio interestadual, dias
25 e 26 de setembro, nos municípios de Campina Grande e Casserengue, na
Paraíba. O Grupo Temático tem por finalidade dialogar com as temáticas das
mudanças climáticas, desertificação, biodiversidade, agroecologia, matas
ciliares, matriz energética, sementes crioulas, estoque de alimentos humano e
animal e água para a produção de alimentos, agrofloresta, entre outros, na
perspectiva de fortalecimento da agricultura familiar.
O intercâmbio retoma as atividades do grupo temático. Um
dos principais fatores dessa retomada foi o Projeto de Revitalização e Cultura
da Palma Forrageira no Semiárido. Os participantes do encontro visitaram o
Instituto Nacional do Semiárido (INSA), onde conversaram com os dirigentes da
instituição e discutiram aspectos como o fortalecimento da proposta da palma
forrageira como cultura nobre e importante para a economia; produção e repasse
de “raquetes” (mudas) da palma para produtores; aumento da segurança forrageira
dos rebanhos e identificação de variedades mais produtivas e adaptadas às
condições edofoclimáticas de cada região.
Para o diretor INSA, Ignacio Salcedo, “é possível construir
um semiárido melhor, através da união dos produtores, dos agricultores e de
todas as pessoas que estão trabalhando com a terra”. O professor Daniel Duarte,
do INSA, destacou a importância de procurar formas de convivência com o
semiárido. “A maioria das políticas que vieram para o semiárido tinham o
objetivo de mudar o clima. Por isso, não foram exitosas, porque não podemos
mudar o clima; devemos mudar as pessoas do semiárido”, afirmou. A discussão foi
extremamente rica e trouxe para o debate elementos importantes que a ASA
Potiguar poderá usar na reflexão e base para o êxito da execução dos objetivos
do GT.
Além da abordagem sobre a palma forrageira, os
participantes tiveram a oportunidade de conhecer alguns guardiões e guardiãs de
sementes crioulas, na comunidade de Curimataú-PB. As sementes crioulas fazem
parte do patrimônio de diversos povos, mas essa prática de conservação
raramente é conhecida e reconhecida pelos gestores públicos. A experiência
positiva da Paraíba poderá servir de exemplo para o Rio Grande do Norte. Além
da Palma, o GT de Agrobiodiversidade viu a necessidade também de discutir o
tema sementes, tendo em vista que o Rio Grande do Norte, comparado a outros
estados, ainda não está totalmente articulado em relação a essa temática.
Colaboração: Adriano
Oliveira – Comunicador Popular
Centro Padre Pedro
Neefs